• DISCURSO DE PAULO HENRIQUE DIAS DOS SANTOS – AUTOR DO LIVRO E PRESIDENTE DO MUSEU LAJEDENSE ADOLFINA PACHECO

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      Boa tarde, senhoras e senhores! Prezadas autoridades e amigos aqui presentes, inicio minha fala parafraseando Liev Tolstói quando diz: “Se queres ser universal, começas por pintar a tua aldeia”.

      Reacendem em mim hoje as brasas da expressividade cívica. Aqui estou eu mais uma vez, nesta ocasião, para realizar um sonho em dose dupla!  O primeiro: lançar o livro: “Documentos e Fotografias Históricas de Lajedo” por uma editora de renome e credibilidade a nível nacional, que é o caso da Editora Universitária da UFRPE, uma vez que meus dois primeiros livros foram publicações independentes. O segundo sonho: A criação de uma entidade que tem como objetivo primordial, a preservação, divulgação e valorização da história de Lajedo. O coletivo cultural Museu Virtual de Lajedo foi lapidado, aprimorado, e resultou no Museu Lajedense Adolfina Pacheco Sá dos Santos, que juridicamente é uma associação sem fins lucrativos, que hoje fundamos. Ambos os sonhos em prol da preservação da história de Lajedo.

     Bem sabemos que poucas pessoas valorizam a história, entretanto é preciso esclarecer que nossa história pregressa mostra o roteiro e o rumo a seguir, para não perdermos o norte e errarmos o caminho do porvir. Para não cometermos os mesmos erros do passado.

       Muitos me questionam por que escolhi cursar o Bacharelado em Direito, e não desistir do mesmo ao longo da jornada de 05 anos, pelo fato de gostar  tanto de história. O que eu tenho a dizer é que foi lá no curso de Direito que me apaixonei pela história pois, como diz o Jurista Miguel Reale “A vida do Direito é o dialogo da História”. E endosso com as palavras do celebre Jurista Paulo Nader quando  diz que: o Direito e a História vivem em regime de mútua influência, a ponto de Ortolan, com algum exagero, afirmar que “todo historiador deveria ser jurisconsulto, e todo jurisconsulto deveria ser historiador”. O certo é que o direito vive impregnado de fatos históricos, que comandam o seu rumo, e a sua compreensão exige, muitas vezes, o conhecimento das condições sociais existentes á época em que foi elaborado. O direito é produto da história! De maneira que o Direito, a História e a Cultura, são para mim elementos de afeto. E tenho muitos objetivos a alcançar nessas áreas de apreço pessoal.   Pois na vida se torna necessário um ideal, onde falta um ideal abaixa-se o nível moral e intelectual do homem.

     O livro Documentos e Fotografias Históricas de Lajedo,  trata de temas sobre o município de Lajedo que não foram abordados no Livro: “Lajedo – Uma História de Lutas, Conquistas e Glórias”  por  obedecer a uma ordem cronológica dos temas abordados e por se deter primordialmente ao estudo da história oficial de nosso município, assim sendo, temas não menos importantes, ficaram bem guardados para uma próxima publicação. Pois bem, é chegada a hora de tratarmos sobre esses temas.

       O livro  expõe e analisa documentos e fotografias que tem importância histórica para Lajedo, como também, faz breves comparações com  as  fotografias antigas e atuais de um mesmo local, proporcionando ao leitor uma análise das modificações e progressos galgados pelo município ao longo dos anos. Quantas centenas de fotos únicas desapareceriam com o tempo, jogadas fora com o falecimento de pessoas nelas retratadas? Ou então ainda guardadas e esquecidas em baús e armários, um dia fatalmente iriam desaparecer.

       Com a presente publicação, aquela foto que pertencia a uma única pessoa passa a fazer parte do cotidiano de centenas de outras pessoas, que até então não tinham conhecimento da existência de tão rico acervo de tamanha importância para todos nós lajedenses. Com essa intenção viajei na história e trouxe na bagagem coisas assim.

        A fotografia é uma forma de obter registros que servem como fonte documental e tem como principal finalidade registrar fatos que merecem ser sempre lembrados e estarem vivos em nossa memória.  Queremos sempre registrar os bons momentos que passamos na vida e podemos seguramente afirmar que uma fotografia eterniza uma imagem.

    Em se tratando de história, não é diferente, pois as fotografias antigas são  importantes relíquias que são preservadas ao longo dos anos por acervistas que reconhecem o valor histórico que essas fotografias têm para a preservação da nossa história. A fotografia é um importante documento histórico que precisamos preservar, pois todo povo tem o direito e o dever de desenvolver sua cultura e de construir e preservar a sua história. No decorrer do livro é perceptível a importância da utilização da fotografia para a construção do conhecimento histórico.

       Tendo como exemplo a trajetória do Ilustríssimo Escritor Antônio de Oliveira e Silva, autor do hino oficial de nosso município, observo que nós os escritores temos a nítida percepção da permanência de nossas obras, que renasce em cada leitor, dialoga, conversa com o amanhã, ultrapassa os limites de nossos  dias  de vida e é futuro, sendo presente.

      Dedico esta obra especialmente aos meus avós paternos: Manoel Dias dos Santos e Terezinha Cecília dos Santos, lajedenses natos. E maternos: Antônio Cordeiro de Lima e Quitéria Bezerra de Lima, lajedenses por opção. Agradeço ao Diretor da Editora Universitária da UFRPE, Bruno de Souza Leão, pelo empenho na publicação de meu livro, sua ausência a esse momento foi motivado pelo corte de gastos de recursos da editora para viagens. Agradeço também a minha ex-professora Edna Muniz Figueiredo, pela realização da correção ortográfica e gramatical desse livro. Ao Sr.s Antônio João Dourado e José Adelmo Cordeiro de Torres, como também a diretoria do Museu Lajedense pelo incentivo para a realização desse evento.

       O pesquisador de manuscritos, sumindo entre as estantes de arquivos, garimpando história escondida em velhos jornais, trazendo a luz o que as sombras do tempo encobriam. Trabalho que exige persistência, a empolgação a roubar horas de sono, transformadas em vigília no afanoso empenho de criar e fazer surgir algo novo, que reluza aos olhos dos cidadãos.

       Falando em arquivos e escritos antigos, não posso deixar de expressar minha alegria em fundar o Museu Lajedense Adolfina Pacheco Sá dos Santos e inaugurar o  seu espaço temporário de funcionamento em uma sala na sede do Instituto Mobiliza Lajedo.

         De acordo com o artigo 1º do Estatuto de Museus, instituído pela Lei nº. 11.904, de 14 de janeiro de 2009: “Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento”.

       Decidi homenagear a Sr.ª Adolfina Pacheco, pois em vida seu grande sonho era que Lajedo tivesse um museu. Quando comecei com a ideia de escrever meu primeiro livro por recomendações de uma amiga próxima, fiquei sabendo de uma senhora que tinha um grande acervo de fotografias antigas de Lajedo, e que poderia em muito contribuir com minha pesquisa. Era a Senhora Adolfina Pacheco Sá dos Santos.

       Não sabia eu que naquele dia daria um passo importante em minha pesquisa e muito menos que teria a oportunidade de com ela construir uma grande amizade. A Srª Adolfina me disponibilizou o seu acervo, que com muito zelo e organização construiu ao longo de anos sobre fatos e acontecimentos de importância histórica para Lajedo.

       A partir daí as visitas a “D. Dodô” como carinhosamente a chamava, passaram a ser frequentes, aos poucos ela ia me disponibilizando seu acervo e eu garimpando aquilo que era importante ter registrado em nossa história. Estreitando os laços de amizade, conheci sua história e o porquê de mesmo não sendo natural de Lajedo, amava o município como se fosse sua terra natal.

        Adolfina Pacheco, foi para mim uma Avó do coração,  uma grande incentivadora e em muito contribuiu para que eu realizasse o objetivo de escrever sobre a história de Lajedo. São memoráveis as tantas tardes de muita conversa, relembrando fatos de nossa história,  pessoas que contribuíram para o engrandecimento de Lajedo e sobre diversos temas onde ela sempre deixou transparecer o seu rico legado de cultura. Sempre muito bom e proveitoso conversar com ela.

      Nada mais justo que relembrar sua memória com o nome de uma entidade que busca promover  e integrar à reconstrução da memória histórica e sociocultural de Lajedo. Através de acervos documentais, fotográficos e bibliográficos, preservados por acervistas locais. Cuidando, de sua restauração, organização, conservação e divulgação.

         O nosso museu também busca prestar assessoria a projetos educacionais ligados à memória histórica e ao nosso patrimônio sociocultural. Certamente assim o trabalho escolar poderá se tornar bem menos estático, estéril e desligado da nossa realidade presente. Poderá ser um importante instrumento na mão dos professores, que conhecendo-os e usando-os têm neles uma riqueza ainda não explorada.

       Agradeço aos prezados membros da diretoria do Museu Lajedense, por aceitarem enfrentar comigo essa empreitada, sabendo das dificuldades que passaremos para se chegar à estabilidade. Sabendo das dificuldades para fazer frente às despesas que são necessárias para o desenvolvimento de nossas atividades. Agradeço também ao presidente do |Instituto Mobiliza Lajedo Anderson Jandy e a mantenedora do mesmo a vereadora Mônica Simone da Silva por ceder uma sala em sua sede para o funcionamento do nosso Museu.

      Inevitavelmente aspectos da história do nosso município, fazem parte das lembranças pessoais de seus habitantes. A história de Lajedo é a nossa história, que nós estamos construindo, que nossas ascendentes deram início e que temos o dever de dar continuidade, pois somos os construtores da história de Lajedo. Encerro minha fala com o texto bíblico de Colossenses 3:23 “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração”

Muito obrigado!

25/02/2018 – Lançamento do Livro “Documentos e Fotografias Históricas de Lajedo” de Paulo Henrique Dias e Inauguração do Museu Lajedense Adolfina Pacheco.

 

 

 

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